Neste blog apenas publico palavras literalmente minhas, esfumadas da minha alma, pensamentos, divagações, desabafos ou apenas as letras soltas de emoções boas ou más que me transbordam, ensaios ou peripécias da minha mente indomável. Todos os posts são da minha autoria, da qual reservo os direitos. Assim, todas as palavras aqui deixadas dispensam assinatura... todas as imagens são elementos pesquisáveis da rede de internet, inclusivé as "minhas"

26/04/2010

tempo


... não é medo, é mesmo desencontro, o encontrar-me sempre com a diferença dos tempos entre nós, é que me desfragmenta no tempo... é muito raro, o meu tempo ser o teu tempo, o milésimo do meu sentir, equiparar-se no tempo, ao milésimo do teu sentir e, ambos sentirmos em simultâneo o mesmo, ou equiparado... só assim o tempo seria perfeito e, como neste tempo em que aqui estou todos me negam a perfeição, não é medo, é mesmo desencontro, o encontrar-me sempre com a diferença dos sentimentos entre nós que me desalenta no tempo... espero sinceramente que haja tempo para nós, mesmo que raro, perfeito, no tempo em que em simultâneo ambos o sintamos assim, sem medo, sem desencontro...

16/04/2010

segredo


Sabes guardar um segredo ?...perguntas-me tu ... Saberás tu guardar um segredo...? Não te conto nada que não saibas, não te tento atentar com palavras mansas, não estou influenciada por atitudes tuas ou minhas ou conversas mais ou menos recentes, não te questiono nem te intimido... Apenas te deixo um segredo, para que o guardes, como que, uma chave, uma senha, uma escritura, tal como as dos profetas ... um segredo, que não pretende fazer aproximar-te ou afastar-te de mim, apenas existe, e tens o direito de o partilhar comigo...por mais inoportuno que seja agora, ou em qualquer outra altura contar-to.

Não conseguiria contar-te tudo o que sinto, por palavras ditas, até porque acho as escritas mais bonitas, e se falar contigo é difícil, é também difícil não chorar ao fazê-lo, e sei que detestas ver-me chorar...Mal sabes tu, quantas vezes e tantas, eu choro em silencio, e sozinha à espera de um abraço teu, que sei que nunca vem... Mas...Não te preocupes com isso...ninguém disse que ia ser fácil para mim, e eu cá estou, e aceito, e aguento a vida como ela é... só não vou aprender nunca a viver sem ti.

Eu sei que não podemos viver do passado, mas também sei que só posso viver assim, se tiver esperança no futuro, mesmo que nesse qualquer futuro que eu imagine que nos espere, e que ai tu continues a passar-me só e apenas ao lado, tu existes sempre, e , essa esperança morre sempre comigo, a cada vida que passa. Tu sublinhas que não gostas de mim, nada mais sentes por mim, que não é o meu amor que te faz feliz,...pois sim, é a tua verdade, e eu tenho mais é que respeitá-la...
Para mim é certo, que o nosso amor, só podia dar certo, e embora hoje tu acredites que não, só tenho pena que algum dia a minha forma estúpida de te amar, te tenha levado a pensar isso, e que tenhas desistido nessa altura, de lutar por nós...tenhas até achado que não valeria a pena... mas decerto, a vida, não acaba hoje, não acaba aqui...e esta não será a nossa última paragem...por isso te deixo o meu segredo, e quem sabe um dia, tu tenhas outro segredo para me contar...

Há muitas coisas a cada dia, que me levam a pensar em ti...hoje por exemplo foi o anuncio na TV, que diz que, há sempre um momento em que o nome de quem nos está no coração, nós escreve-mos numa árvore...pois, o meu segredo é esse, que o teu nome não...tu, estás gravado em mim, como que um código de barras impossível de confundir, de trocar de omitir... O nome, o rosto, os gestos, o ser e não ser, de quem nos vive para sempre na mente, no corpo, nós não escrevemos...nós guardamos, nós levamos, até onde o tempo, e o espaço nos leva... Azar o meu, ter este nome, que tu sussurras ao ouvido de outra, por ironia das escolhas que tomámos...e não que o destino nos acenou. Azar o meu, ter o teu nome para carregar comigo... ou sorte, se soubesses tudo o que esse teu nome, esse teu ser e não ser, quer dizer para mim.

Não te escrevo, um "olá estou aqui", nem um "adeus", talvez, seja isto, um "até á próxima"...Não te escrevo um poema, uma declaração de amor... nada mais te dou que um pensamento, intemporal e incondicional, que me invade a teu respeito, nesta hora, que, queira eu ou não, resume toda a minha vida, e reflecte tudo o que me conforta, ou me amargura, tudo o que me faz continuar a pensar em ti. E se escrevo mais uma vez, sobre ti, ou para ti, é porque reconheço, e aceito, e mais, agradeço, seres tu, aquilo a que os entendidos chamariam de "a minha alma gémea", e estou feliz por ter-te encontrado, mesmo que não seja para ficarmos juntos...

Só se ama uma vez na vida, alguém me disse um dia, o que pode ser uma vida, ou pode ser apenas um momento, por isso eu estou grata por poder dizer...amo-te, mesmo que só o possa fazer em segredo...mesmo que esse sentimento, tu não possas retribuir, mesmo que não me revejas como, "a tua alma gémea"... Sim, foi contigo que eu passei alguns dos melhores momentos da minha vida, e foi, é e será contigo, que eu sonhei, sonho e sonharei, nos que não se realizaram...porque também eu sempre te amarei, da forma que te sei amar, e da forma que me deixares amar-te.

Não quero usar palavras gastas, para destabilizar a tua vida, nem quero cobrar-te nunca qualquer correspondência a essas palavras, a esses sentimentos que são meus... apenas quero deixar gravado em ti, o quanto te agradeço existires, e teres entrado na minha vida. Não te peço respostas, apenas deves saber que, mesmo nada podendo fazer, fazes-me muita falta...
Desculpa esta vontade louca de segredar-te  que se traduz, não num ponto final na nossa história, mas sim, numas reticências, daquelas que se lêem quando algo fica por dizer, por viver, por acontecer....
Sabes que escrever, faz-me mal, consome-me por isso prometo não voltar a escrever-te...pelo menos..."até á próxima"... Quem sabe, volte a escrever-te, numa outra vida, e ai quem sabe, tenhamos uma oportunidade de nos reencontrar-mos, para não mais nos perdermos.
Não deixo data, porque acredita que, não tem data, nem lugar, tudo o que já não cabe em mim. Não assino, porque sei que sabes, que, mais ninguém senão eu, poderia escrever assim, sobre ti, e para ti. Não aguardo resposta, porque sei o que sentes.

Adoro-te muito, e sei que me adoras também, e é tudo o que preciso de saber...