imagem: smuin ballet - carmina burana
costumam dizer-nos que tudo o que não nos mata, que nos torna mais fortes... esperarei para sentir, pois não me parece nada assim, o amor, a sensação de perda, a vida, hoje...
tudo o que sou, implica tudo o que sou, não apenas os pedacinhos seleccionados por alguém, que por mais que eu ame, aceite, respeite, e compreenda, não quer que eu ame aceite, respeite e compreenda como sei, não quer o meu todo, quer apenas o que lhe faz bem... e, sou eu a exigente aqui? como amar sem ser inteira? como ser sem ser inteira?
pedirem-me que aceite a não exclusividade, ainda é uma parte de um todo que talvez conseguisse tolerar, dado algumas circunstancias e em prespectiva de mudança das mesmas a curto prazo... mas pedirem-me que me subdivida, e que abafe em mim parte do meu todo, não me faz bem... decompõe-me obviamente... e eu não sei andar nisto assim...
não sei ser senão eu, com tudo o que eu carrego, com tudo o que me destroi e aos outros, esses, que deveriam ver que também a mim, me destroço e me desmontam, e não vêem... mas não é por isso que vou desagregar esse todo do meu ser...
não vou repensar, o impensável: não precisei de pensar para amar, mesmo sem conhecer...
continuo a conhecer, a descobrir e a me apaixonar, a desistir e a amar como desde a primeira vez que o senti, continuo a querer como sei que vou querer por muito tempo ... mas dói, dói sem peso esse repelir do que mais puro existe em mim... e mesmo a doer, faz parte de mim esse amor e não o vou desagregar do meu sentir...
podes fugir, podes não querer assim, podes impor as tuas condições, mas tanto eu como o meu amor já existiam antes de te balançares, já te sabiam antes de vacilares, e já te queriam antes de não quereres... por isso vai se precisas de ir, afasta-te de mim, se estar perto te fere... repensa se pensaste alguma vez o impensável... e se voltares, se redescobrires que me amas, não me queiras senão assim...
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