Neste blog apenas publico palavras literalmente minhas, esfumadas da minha alma, pensamentos, divagações, desabafos ou apenas as letras soltas de emoções boas ou más que me transbordam, ensaios ou peripécias da minha mente indomável. Todos os posts são da minha autoria, da qual reservo os direitos. Assim, todas as palavras aqui deixadas dispensam assinatura... todas as imagens são elementos pesquisáveis da rede de internet, inclusivé as "minhas"

30/12/2009

isto



Lamento tanto... que não mais te interesse aprofundares-te em mim!
Custa-me tanto que, não vejas mais para além da superfície que me forra... com que me embrulho!
Sim, nem sempre consigo ser transparente... mas queria que fosses tu, a desdendar o que não revelo.
Gostava de ti, quando insistias em não desistir sem me encontrar, mesmo que me escondesse no mais escondido vácuo do meu ser.

Se te conformas com a capa, com o que te dizem os meus dias calados, pra não doer mais ... como poderei esperar que preenchas os buracos que me deixáste ? Feridas que não saram nunca mais... por pensares que cicatrizo sem ti...?

Como podes não ver... não sentir, como estou em coma profundo, e pensar que isto é que é viver ?!!!

28/12/2009

pausa



preciso de uma pausa mesmo
ou não preciso
mas não há movimento que me seduza neste momento

queria saber como exorcizar em mim
esta posse
esta agonia

não desisti
não me rendi
apenas não tenho forças agora

não sei o caminho
não sei mais nada
peciso de uma pausa

21/12/2009

silêncio

o silêncio diz-me tanta coisa

que não suporto mais ouvi-lo

não me dá paz




não quero paz

preciso de ouvir o teu coração

bater dentro do meu


onde estás ?

19/12/2009

valor

Sabes quando uma pessoa sabe que para outra não vale nada?
Quando repara que ela fica indiferente ao perder-nos.
É o que concluo não por despeito mas por todo o balanço da nossa não história, que tanto que queria que não tivesse fim, que não fosse uma história. Mas é sempre no fim que tudo se reconhece e só ai recolhes com clareza quem é quem e o que vale.



Vês-me indiferente? - Não...  mas se calhar nem vez como enlouqueci, por tanto que me não deste, tanto que contei contigo e nunca te tive, tanto ou tão pouco que já nem sequer respondo por mim... quem ficou por perto, é que vai pagar o meu erro em ter-te dado tanto valor, tanto tempo.

Mas é no fim que tudo acaba por revelar-se. E repito (não para não doer tanto, porque é o que mais doi):
Não vales nada ! - E sabes porquê? - Porque não nos deste valor!

15/12/2009

ainda tu





ainda ontem te vi no claro azul claro dos teus olhos
sim, ainda lembro como se fosse ontem, e já passou algum tempo; algum, demasiado tempo sem te ver

ainda agora te senti : teus ossos nos meus, como se o teu abraço me apertasse como eu tanto queria agora antes de ir dormir, antes de mais uma vez fechar os olhos e voltar a adormecer, a acordar, sem ti a meu lado

ainda amanhã, e depois de amanhã, e depois, muitos mais amanhãs virão depois e,  estaremos ainda longe, separados, ainda desolados, ainda atordoados com esse elo que nos invadiu, sem sabermos ainda de onde vindo, e nos mantém ainda unidos

ainda ontem, ainda amanhã, ainda agora, ainda há tanto tempo, ainda por muito tempo ainda
ainda não sei porquê, nem quero saber ainda…!
ainda me amas meu amor ?!…

sempre, sim, ainda e sempre, sei que sim, sei que ainda, e também sei que ainda não chegou o nosso tempo… ainda e desde sempre te espero: hoje, amanhã, e ainda depois
por quanto tempo ainda … meu amor ?

14/12/2009

vou afogar-me




depois de uma noite como a última que vivi, nada mais será igual...

o alcool pode ser um estagnante, um destabilizador, um amortecedor, um acelerador, um aliado perfeito, um destruidor/exterminador

ontem foi como alguém que estava entre os presentes costuma dizer como "um bálsamo"

as nossas almas agradeceram

e não há mais noites assim

agora voltemos pá vidinha real

12/12/2009

plásticas



Restos de sol ferem meu último olhar, rastos de luz escurecem o meu eterno viver, sombras, de tudo o que fui e o que vi mancham de negro o nada que serei... Apenas partes espalhadas roubadas de mim se separam, se desvanecem pelos cantos onde estive e, mesmo nada tendo para guardar, recolho hoje tesouros do meu ser, reclamo agora por glórias que perdi em tantas páginas que saltei desse livro meio lido, meio apagado e sem fim, contando em branco as histórias da alma morta que em mim vive, cantando baixinho memórias, as que sonhei e, não tive! E, de rastos me vêm à alma essas lembranças ocas do tempo que não passa e, já presa me alerto para fugir e, para não seguir onde não vou. E é de toda aquela que me chamaram; a deslouvada, a louca, até a calma; de toda aquela que é minha própria massa feita de matéria única mas a ruir, que pedaços de mim escondem o que sou e só não mostram aquela que todos vocês amaram! São apenas plásticas, as palavras vãs e inúteis,  essas, que todos vós por mim falaram!

10/12/2009

nunca


imagem - merle keller

_ "porque não voltas pra mim?" - seria uma pergunta legível num cenário do acaso se por acaso fosses real
_ porque nunca estiveste comigo (essa é a crua realidade)

e tanto que eu senti que estava em ti ... tanto pedi que ficasses comigo... não a ti... à vida
mas não aconteceu... não existes... como poderias estar aqui?

como foste tu capaz, de mais uma vez me deixar morrer?!
nunca te supuz tal capacidade de me ferir por simplesmente nada fazeres por mim, por nós, por ti...

não aguento mais assitir a isto...

09/12/2009

amanhã




Amanhã…depois…

Entre muitos outros…só em mim
Cheia de palavras…completamente muda
Crescida, tão certa…tão indefesa
Menos mal…assim-assim
Tão diferente…tão sempre igual…
Quantas caras tem o amanhã…o depois ?!

Quantas vezes ninguém responde…ninguém sabe
Porque choras…porque ris…?!
Tantas vezes tá tudo bem…é mais um dia…
E tudo é nada… é tanta coisa
Que não está bem…que te desvia…
O teu caminho não é esse, sabes bem…

Quantas vezes vais ter que voltar atrás
Refazer toda a caminhada…
Entre mãos que te dão, a que de dás
Quando te afundam, te seguram
Te levam o teu quase nada… ?!

Será amanhã … ou depois …
Quando vais aprender a ficar parada
A deixar-te ser amada…?!

08/12/2009

carrossel



Faltam-me as palavras
Mas o pensamento não pára
Como um carrossel desgovernado…
Atormenta-me esta apatia
Esta necessidade bruta de me sacudir pra nenhum lado…
Viro-me do avesso, e de mim não cai nada…
Secaram-me todas as lágrimas
Desmontou-se todo o meu corpo
Encolheram todos os meus tecidos
Não sei já que líquido corre nestas veias
Apaguei-me em todos os meus circuitos
E não sinto nenhuma paz…

O meu coração reclama
Pede força, pede vida, pede alento…
Minha alma não quer sossego
Meus olhos não querem descanso
Vive em mim uma certa inquietude
Que atropela qualquer pedaço de razão
Tantos precisam de mim, certa segura
E eu não estou, não sou capaz…

Não há ancora alguma, qualquer raiz
Nesta pessoa que hoje sou

Vagueio insistentemente
Pelos sempre mesmos lugares
E dou com tudo, com todos
Menos comigo…
Desconheço a forma
Em que se terá transformado a minha massa
Depois de tudo…
Depois de nada !
Já dei tantas voltas, e não me encontrei
Que já não me iludo… e estou infinitamente cansada…

Se não sei onde estás
Não sei para onde vou !…

06/12/2009

se tu soubesses




se tu soubesses
de que tom pinto os teus olhos
agora que me esqueci do som dos teus passos
agora que me doi não te ter aqui

se tu soubesses
de que palavras fala o meu coração
agora que me saiu do peito
agora que me fugiu atrás de ti

se tu soubesses
de todas as vezes que procurei teus lábios
agora que secaram e nada me dizem
agora que  os não leio em silêncio

se tu soubesses
da falta que me faz um abraço teu
agora que me cairam as asas
agora que se recolhem minhas mãos

se tu soubesses
dos desejos, das certezas, das lágrimas
do amor, da tristeza, das saudades de ti
das dúvidas, dos sorrisos, da alegria
do quanto estás em mim...

se tu soubesses...
eu saberia!!!

refém



Esquecer-me o pensamento era-me o bastante
Não me apetece pedir-me nada,
Não pretendo torturar-me hoje

Rebentaram as forças do meu sangue
Que já não alimenta alegremente o meu corpo
Não me inquieta a rebeldia de outrora
Que já não aquece nem faz pulsar meu coração

Meus olhos baços fechados, era-me o bastante
Não me já dói sequer cansá-los mais
Não sei mais procurar-te hoje

Esgotaram os lugares vagos onde te escondes
Onde não posso andar a teu lado
Não entendo como me mantens refém
Onde em cruel liberdade me aprisionas

Ter-te comigo ao acordar era-me o bastante
Não me digas que o não podes hoje
Não me digas que o não sabes quando

Dilaceras o meu ser, a minha alma
Que já te não têm, e têm sempre em mim
Não me é mais nem menos, essa dor
Que já te não vê, e te sente assim …

05/12/2009

descanso vs insónia




Que viagem tão cansativa se torna o hoje quando o ontem foi uma paragem lotada, o amanhã continua um trajecto incerto... Sigo apertada ou aos solavancos num autocarro sem campainha, sem janelas, sem retrovisor nem laterais, sem cortinas ou luz, nem médios ou máximos, em piloto automático, os passageiros calados ou inexistentes, o assento sem cinto, um depósito roto... e nem durmo, nem aprecio a paisagem!

Um dia li algures:"sou uma nuvem perdida na solidão de um céu onde as estrelas se aborrecem"... e ali me identifiquei... Mas não fiquei... por mais que parecesse o meu lugar comum, não me segurei... Bem tentei, mas não havia lugar pra mim... Sempre que isto acontece, morro ou vivo o luto, e nunca sei, quando volto, quando ressuscito...

Ás vezes sou o sol que brilha em qualquer hemisfério...a estrela mais próxima de mim mesma, que de vida e calor faz pulsar meu próprio coração... e consigo aquecer as mãos do outro, e também o seu coração... Ás vezes sou o gelo espesso, que não corta nem meus pés, porque não consigo patinar sobre esse chão que me foge esguio e me faz cair, mas barra, fere e esvazia tudo e todos em meu redor... Ás vezes saio de mim, porque dói demais estar em mim assim...Ás vezes procuro-me ou encontro-me, fora ou dentro, perto ou longe, rebusco-me, restauro-me e descanso...

Ás vezes consigo...Outras vezes sigo...

Não é a viagem que me cansa... é apenas o facto de viajar sempre sozinha...!
"em viagem"

03/12/2009

não estou

não há
nem chuva
nem sol

não há
nem brilho
nem escuridão

não há
nem silêncio
nem confusão
...

...
desde que me esqueci

da luz
do riso
do sal

de mim