Chove muito mais dentro de mim, do que essa trovoada que nos tranca sem sair do mesmo lugar. E nem os ventos violentos que nos sacodem, levam esta mágoa, esta ladainha, esta amargura que se colou a mim, em todos os rasgos que, a tua tempestuosa existencia abriu, quando se esvaiou por toda eu, e me alagou, sem piedade... Maldito amor, que não se me lava... e deixa esta lava ácida, queimar-me por dentro... Quero um rio transparente. Quero uma corrente de alegria. Quero livrar-me deste meu eu, que só te quer, nada mais, e não posso. Chove tanto que é já lama, onde me tento mover, e me enterro, sem saber onde faz sol. Chove muito mais dentro de mim, quando chove e tu não estás! Mas não há-de chover sempre!... porque é aqui que te quero... é em mim que estás!!!