Neste blog apenas publico palavras literalmente minhas, esfumadas da minha alma, pensamentos, divagações, desabafos ou apenas as letras soltas de emoções boas ou más que me transbordam, ensaios ou peripécias da minha mente indomável. Todos os posts são da minha autoria, da qual reservo os direitos. Assim, todas as palavras aqui deixadas dispensam assinatura... todas as imagens são elementos pesquisáveis da rede de internet, inclusivé as "minhas"

28/02/2010

dias sujos

eu mesma a flutuar

em todos os meus dias, apenas sinto a falta de ti ...

apenas se não te amasse, poderia não querer-te nos dias cinzentos, ou nos outros, ou em apenas alguns ...

mas as pessoas não são iguais e a forma de amar também não, pelo que continuo a achar-te belo ...
mesmo quando não gostas de mim

no entanto esvazias-me qualquer areia de doçura, quando me repeles porque não estou bem, sem ver que não estou bem, porque não estás comigo...

e nestes dias, sinto-me quase suja de uma forma intragável:

apetecia-me agora flutuar, até não poder mais...
e voltar lavada de tudo, só depois da maré me esquecer ...

27/02/2010

o nosso instante


O amor não é descartável pois não? ... Ou  é?
Tudo o que é dispensável, hoje, não deixa de ter sido importante ontem, se bem que temporário, se bem que seja esta uma lucidêz inatingivel na parte em que somos nós, os que ficamos sós.

Não, nessa hora, o amor, não é descartável... e marca quando o amor vem, porque ilumina, e tanto ainda ou mais marca quando vai, porque nos obriga a seguir... para outro estágio, quando estavamos na melhor parte do anterior e, porque não queremos partir desse amor...
Assim como na altura em que é vivido,  não é descartável, nem o bem, nem o mal, que fazemos, que nos fazem...

Ontem sentia-me amada, especial, querida... hoje sinto-me apenas mais uma página rasurada...
Ontem sentia-me pequena demais no mundo por isso... hoje sinto-me ainda mais pequenina, muito mais leve, capaz de voar, e de me libertar dessa angustia, de te me sentir a perder...

Se em ti houve um laço, não foi por acaso... obrigado
Se acabou o momento, tudo estancou em mim, barrei o coração, gritei inconsolável à minha alma, o porquê, "porque te amar tanto e não te ter?", e como não havendo outra resposta desisti... não tinha que ser !!!

Encaixando com serenidade, depois da revolta, depois do desespero, depois da aceitação ou resignação, só aí, a vida nos conforta, e já não tanto castiga...

Tudo passa no entretanto, na brevidade de uma passagem, é tudo o que acontecemos ou nos acontece um instante, mesmo apesar do processo mais ou menos moroso, entre bons e maus momentos, e tudo se transforma... a cada experiência há um passo, e não há retrocesso.

O caminho faz-se indo, mas só o sabemos quando avançamos, e a evolução é penosa... tal como para cada ser, crescer, faz doer.

Agradeço a essa força maior ter-te cruzado comigo.
Entre amar outro ser ou o teu ser, sinto-me priveligiada acredita.
Mesmo nesta hora, em que te levam de mim...em que me levam.

Mesmo nesta dor em sentir que desististe de nós, hoje sei que este momento tinha que passar por mim.

24/02/2010

preferiria


preferiria pensar que de vez em quando me lembras,
muito mais do que sentir que de vez em quando me esqueces

mas não consigo...
estás tão longe de mim que não me ouves,
não vês sequer como me fazes falta enquanto não sentes

e ainda assim preferiria pensar que me amas,
muito mais do que sentir que não me queres

preferiria que fosse uma cruel verdade,
muito mais do que uma doce mentira

23/02/2010

muda


... e se eu disser que te amo ...

muda alguma coisa?

21/02/2010

como ?



tenho tantas saudades tuas

tantas, tantas, tantas

como podes tu...

(?)

não me queiras senão assim


imagem: smuin ballet - carmina burana


costumam dizer-nos que tudo o que não nos mata, que nos torna mais fortes... esperarei para sentir, pois não me parece nada assim, o amor, a sensação de perda, a vida, hoje...
tudo o que sou, implica tudo o que sou, não apenas os pedacinhos seleccionados por alguém, que por mais que eu ame, aceite, respeite, e compreenda, não quer que eu ame aceite, respeite e compreenda como sei, não quer o meu  todo, quer apenas o que lhe faz bem... e, sou eu a exigente aqui? como amar sem ser inteira? como ser sem ser inteira?
pedirem-me que aceite a não exclusividade, ainda é uma parte de um todo que talvez conseguisse tolerar, dado algumas circunstancias e em prespectiva de mudança das mesmas a curto prazo... mas pedirem-me que me subdivida, e que abafe em mim parte do meu todo, não me faz bem... decompõe-me obviamente... e eu não sei andar nisto assim...
não sei ser senão eu, com tudo o que eu carrego, com tudo o que me destroi e aos outros, esses, que deveriam ver que também a mim, me destroço e me desmontam,  e não vêem...  mas não é por isso que vou desagregar esse todo do meu ser...
não vou repensar, o impensável: não precisei de pensar para amar, mesmo sem conhecer... 
continuo a conhecer, a descobrir e a me apaixonar, a desistir e a amar como desde a primeira vez que o senti, continuo a querer como sei que vou querer por muito tempo ... mas dói,  dói sem peso esse repelir do que mais puro existe em mim... e mesmo a doer, faz parte de mim esse amor e não o vou desagregar do meu sentir...
podes fugir, podes não querer assim, podes impor as tuas condições, mas tanto eu como o meu amor já existiam antes de te balançares, já te sabiam antes de vacilares, e já te queriam antes de não quereres... por isso vai se precisas de ir, afasta-te de mim, se estar perto te fere... repensa se pensaste alguma vez o impensável... e se voltares, se redescobrires que me amas, não me queiras senão assim...

18/02/2010

importa muito


imagem : "olhar" de teresa robalo


é tão importante  que sinto... como o que não sinto
e ambos me fazem falta

16/02/2010

seguir


como seguir ... ou seguir uma direcção, ou saber escolher, optar por onde, por que caminho, por que pretexto, por que argumento, por que sensação?

como parar ... ou deixar-me guiar por uma luz, ou saber identificá-la, não ver a sombra, não ver o medo, não ver as peliculas antes da cura, não adoecer de dor, antes do amor doer?

como não cobrar o incobrável...como não querer o não já dispensável, como respirar sem o teu ar...?
como amar sem custar tanto, o tanto que te custa?
como ?

12/02/2010

pegadas tuas de quando me pisas


há coisas que simplesmente
exijo... não saber...

ou não fosse louca
pra apenas saber do que sinto...

e o tempo,
ai o tempo, é tão fugaz,
tão inválido quando pesado,
e tão valioso quando apenas passa,
sem que as marcas exijam permanecer
mais tempo...

10/02/2010

é assim


lembras-te desta noite?
lembras-te desta foto?

foi a primeira vez que me disses-te : AMO-TE
foi por sms, e estavamos a 5 metros de distância
...recebi...li...encaixei...e vê como sorri...
(alguém registou fotográficamente, sem saber, esse momento)

fazes-me bem, muito bem

mas, pra mim não é assim tão fácil dizer : "AMO-TE"

mas já o disse, e quando o digo, é porque o sinto
e digo-o e sinto-o, muito mais dificilmente,
digo-o por sorrisos, por silêncios, por palavras, por olhares, por sentires...
não de uma só vez, de uma só palavra, mas por fragmentos
e cálo-o muito interiormente, tanto que tu duvidas!!!

e isso, faz-me mal, muito mal

gostava de poder desinquietar-te...
descansar o teu medo de mim, mas não sei... não sei ser senão assim

gostava de te garantir que tudo farei ...
falar como tu, mas não sei... não sei como ser assim

gostava de te prometer que não vais arrepender-te ...
que vou tratar-te bem, mas não sei... não sei cumprir assim

gostava de saber amar-te como tu mais precisas ...
como tu amas, mas não sei... só sei amar-te assim

gostava de saber ensinar-te que não tenho amor maior do que este, mas não sei ...
só sei que não sabes como te amo, ...

e é assim...!!!

08/02/2010

minimal



Ouviste esse barulhinho minimal, essa queda compassadamente morna, desse soluço impávido, que já me não cansa, quase, me embala, de tanto ter já decorado a melodia deste meu pranto?

Sentiste esta atracção gravítica directa ao chão que se me falta, como se fora um tiro fortemente disparado no matrix... em lenta progressão... ferindo esse espaço entre os meus olhos que se apagam ardidos, e os meus pés, que se rendem anestesiados, cansados de rodopiar em voltas absurdas por aí, mudas de te não ter, não te encontrar em qualquer nenhum lugar?

Seguiste o trajecto dessa lágrima, outra, e mais outra, cegas, já secas, num fio esgotado, que de tão grande me arrepiou os pelos, me ensopou as unhas, as contornou, e continuou, como quem procurava desesperadamente uma saída, naquela junta entre estes velhos tacos?

Viste hoje, como acabou mais um dia... sem ti?
Já me não doem os olhos... doí-me tudo...
E agora lembro-me; São assim, todos os meus dias!

Como queres então que agradeça à vida,
o largar-me a mim, sem estorno, sem medida?!
Vou dormir...
sim, acho que só me resta levitar,
já não acredito que volte a sonhar!
Quem dera, fosse comigo,
e quem sabe em sonhos, eu reaprendesse a voar... a cá estar!
Quem dera, sonhasses tu comigo,
e quem sabe nos teus sonhos, eu amanhecesse a acreditar...
E nesse amanhã, que "é outro dia",
eu adormecesse a amar, e pudesse então... cá ficar!

não contes



não contes as vezes que não te disse: amo-te
lembra-te apenas das que te sentiste amado
não te peço que me queiras bem

esperava que me amasses
tantas vezes como as que disseste
seriam o bastante pra me fazer feliz

e não (me) sinto

07/02/2010

leva-me



leva-me daqui

entre esta linha e a próxima

só estou capaz de odiar a vida
já não te odeio, já não me odeio
já não sei o caminho pra lado nenhum

a que horas passa a carruagem ... que horas são ?

pranto

já não choro sequer
já nada digo
passou todos os limites
parou o tempo
daquela dor
que era tua
já não sei se minha