Neste blog apenas publico palavras literalmente minhas, esfumadas da minha alma, pensamentos, divagações, desabafos ou apenas as letras soltas de emoções boas ou más que me transbordam, ensaios ou peripécias da minha mente indomável. Todos os posts são da minha autoria, da qual reservo os direitos. Assim, todas as palavras aqui deixadas dispensam assinatura... todas as imagens são elementos pesquisáveis da rede de internet, inclusivé as "minhas"

08/11/2009

amar-te





Enterrei a dor do meu coração,
o que não quer dizer que não passe o tempo a emergir.

Apaguei a tristeza dos meus olhos,
o que não quer dizer que não chorem a toda a hora.

Escolhi as boas recordações de nós,
o que não quer dizer que não teimem em dissipar-se.

Recuperei as palavras doces de tua boca,
o que não quer dizer que não me continuem negadas.

Reconstrui o toque imortal das tuas mãos,
o que não quer dizer que não passe de ilusão perdida.

Provei o sabor imutável dos teus lábios,
o que não quer dizer que não passem de avidez imerecida.

Guardei o abraço dos teus sentidos,
o que não quer dizer que não passe de saudade inútil.

Soltei o espírito e a alma do meu canto,
o que não quer dizer que não vagueiem por todos os cantos.

Entreguei o meu amor incondicionalmente,
o que não quer dizer que não reclame ainda a devolução.

Esperei o dia mais almejado do teu regresso,
o que não quer dizer que não tenhas preferido não voltar.

Conheci o amor da minha vida,
o que não quer dizer que o tenha vivido.

Amei-te a ti e a tudo em ti,
o que não quer dizer que seja o suficiente para me amares.

Vivi infeliz, e feliz morri,

o que não quer dizer que não possa viver,
conhecer, esperar, entregar-me, soltar-me,
guardar, provar, reconstruir, recuperar,
escolher, apagar, enterrar…

Para morrer e de novo amar…

O que não quer dizer que não possa amar-te…
a cada despertar, a cada renascer...

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