Neste blog apenas publico palavras literalmente minhas, esfumadas da minha alma, pensamentos, divagações, desabafos ou apenas as letras soltas de emoções boas ou más que me transbordam, ensaios ou peripécias da minha mente indomável. Todos os posts são da minha autoria, da qual reservo os direitos. Assim, todas as palavras aqui deixadas dispensam assinatura... todas as imagens são elementos pesquisáveis da rede de internet, inclusivé as "minhas"

06/11/2009

sanção





Poderei eu não ter-te amado abundantemente?
Terei eu desacertado por te amar apenas perdidamente?
Onde anda a minha culpa, no teu desdizer?
Onde mora a tua razão, no meu desabrigo?

Há um rigor em teu desígnio tão derradeiro.
Toda a casta de alegria é já abalada da tua senda.
Declaras mortandade a qualquer alegria, a qualquer estima.
Abafas qualquer lume dessa querença de dantes.

Há um penar em teu aresto de inerrâncias.
Toda a espécie de afecto é já extermínio da tua voz .
Repele em fereza qualquer reparo a qualquer lanço,
o frenesi de fiar-se a quem se ama ,expirou de agonia em mim...
O castigo de avistar um devaneio tão bonito inanimado em ti,
arremessa em suplício qualquer díspar sentimento de outrora.

Mas não aflijas meu amor, não vou excluir-me do nosso destino.
A cada passo que dás meu coração recebe-te impotente.
Dói-me irmãmente essa alonga, essa saudade que te mata.

Preciso tanto da alegria de existires como a fé do teu desejo, para sorrir.
Sei que a sanção para este agravo de estarmos apartados, fruirá
da compulsiva nascença da nossa fortuna, no mesmo quinhão.
Fio que seremos tão bem-aventurados num só momento chegados, quão moramos amargurados numa eternidade assim ausentes.

Não quero renunciar, só porque não é voluntário estar sem ti .
Não vou deixar-te oscilar, só porque não é simples estares sem mim... É primário e elementar que te amo, como sei que me amas igual... É livre e natural que te quero, como sei que não me queres perder.

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